sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sotaque, auto presente e violão clássico

Ontem pelas 11 horas da manhã fui para minha aula de piano então peguei o ônibus. Sentei no banco logo atrás de uma mulher que observava absorta o trajeto pela janela. Não que ela não fosse bonita, mas também não tinha nada de especial. Realmente não me despertava interesse. De qualquer maneira, não fosse a surpresa que ela demonstrava eu nem teria prestado atenção nela.
Continuamos a viagem tranquilamente até que o celular dela toca. Ela pega, atende e quando fala "alô?" me surpreendo. De cara reconheci o inconfundivel sotaque baiano que tanto me agrada. Fiquei o resto da viagem ouvindo encantado ela falar, mesmo que se tratassem de assuntos banais e entediantes aquilo me agradava imensamente. O interessante é que ela passou de um estado relativamente tranquilo e apreciador para algo totalmente enérgico. Ela tentava fazer tudo ao mesmo tempo, ora falando no telefone, ora perguntando ao cobrador se o ônibus já tinha chegado ao destino dela. A "magia" durou até a ligação cair. Pena.
Claro que ela fez algo que me desagrada muito, que é ficar tagarelando ao telefone num ônibus (o que não é pior do que ouvir música, mas enfim). Porém eu relevei por causa do seu sotaque.
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Esses dias eu resolvi me dar um presente. Decidi que ia comprar um livro, afinal de contas fazia um bom tempo que não me presenteava com um. Fui com um amigo no shopping Total dar uma olhada nas livrarias. Estava atrás do livro Porno de Irvine Welsh, que é continuação de Trainspotting, um livro muito bom sobre drogados (resumindo muito) que serviu de inspiração para as cores desse blog. Infelizmente não tinha e também era mais caro do que eu podia pagar. Resolvi dar mais uma olhada e acabei comprando, meio que por indicação de uma amiga minha, o livro Precisamos Falar Sobre O Kevin (se o livro for ruim pelo menos eu sei quem espancar). Pelo que eu li até agora e pelo que me falaram o livro é muito bom. Pelo que eu entendi são cartas mandadas por uma mulher (mãe de Kevin) para um homem (pai do garoto). Nessas cartas ela fala sobre o passado, seu relacionamento com o marido e sobre o filho e a decisão de te-lo ou não. Mais tarde essa criança viria a ser um daqueles perturbados (Jeremy) que entram numa sala de aula e matam meio mundo (não se preocupem que não dei spoiler, isso é revelado logo no início da narrativa). Como estou bem no começo não posso falar muito sobre, mas parece sim ser muito bom.


Nesse mesmo dia do livro decidi dar uma olhada, assim que cheguei em casa, em umas partituras para violão clássico de quando eu ainda fazia aula (e tinha unhas compridas). Redescobri várias peças legais, entre elas o estudo nº 11 de Heitor Villa-Lobos, o meu favorito dos doze estudos para violão. Essa música é extremamente louca, com vários momentos, variando de algo extremamente arrastado, calmo e melancólico para momentos mais tensos e pesados. Vale muito a pena ouvir. Pra quem se interessar, aqui está.


Até mais.

Ouvindo Heitor Villa-Lobos-Estudo nº11

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