sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

AC/DC

Um primo meu (o que estava comigo no Faith no More) foi no show do AC/DC, portanto pedi que ele fizesse uma resenha pra eu postar aqui. Ele fez no trabalho (...) mas esqueceu de me mandar. Agora, vários dias depois ele finalmente me manda. Antes tarde do que nunca, não é mesmo?
Portanto, fiquem com a resenha do show do AC/DC em São Paulo feita por Joel Mangoni:


Foi um dia de extremos: do calor na fila ao temporal que desabou quando já estávamos na pista, seguido por um vento frio. Mas quem disse que vida de roqueiro é fácil?! Não é. E para se ver um show de uma banda ícone, como AC/DC, o caminho é hostil. Não bastassem as 7 horas na fila para comprar ingresso, as 18 horas ônibus para se chegar ao estádio, as 5 horas na fila e as quase 5 horas em pé na pista até o início do show, ainda tivemos o calor e o temporal. Mas e daí? Quando as luzes se apagaram e o vídeo que abre o show apareceu nos telões, tudo sumiu. E tudo que se via era um mar de chifrinhos luminosos piscando por toda a extensão do Morumbi.



O vídeo se desenrolava no palco e aquela tensão boa tomava conta do corpo. Quando eles vão aparecer? Todo mundo sabia como, mas ainda assim não conseguia me livrar da expectativa e a cada segundo as pessoas gritavam mais e mais aumentando a tensão até que se houve um estrondo e eis que surge Angus Young empunhando sua Gibson SG e destruindo com o riff de Rock’n’Roll Train. Confesso que fiquei algum tempo sem conseguir ouvir nada tamanho era o alvoroço no estádio. Os primeiros versos foram cantados em uníssono pelas cerca de 70 mil pessoas presentes. Mal se ouvia a voz de Brian Johnson. Apenas na segunda música, Hell ain’t a bad place do be, pode-se comprovar que Brian continua com excelente voz. A multidão ainda cantava e agitava, mas agora se podia ouvir a sua voz de Brian.
E assim se seguiu o show, entre solos desconcertantes de Angus, que se esquece da idade quando sobe ao palco e uma produção impecável. Eu não podia acreditar que estava ali, vendo o Angus passar pela minha frente solando The Jack, seguida pelo seu já conhecido e impagável strip.
Grandes momentos do show foram Whole lotta Rosie, quando uma gigante boneca foi inflada sobre o trem que compunha o cenário e batia o pé no ritmo da música. E Let there be rock, momento de êxtase para quem é apaixonado por guitarra com os 10 minutos de solo de Angus. Delírio da platéia, delírio deste que vos escreve, que encheu os olhos de lágrimas. Era o Angus, cara!! Sabe aquele cara que eu ouvia quando era adolescente? Pois é, agora ele destruía na guitarra ali perto! Inacreditável! Memorável!


Pausa para o bis e quando os acordes de Highway to Hell ecoam pelo Morumbi, êxtase geral. Se os olhos se encheram de lágrimas em Let ther be Rock, agora é choro compulsivo. Roqueiros barbudos e machões se abraçam, com os olhos úmidos e pulam freneticamente com a música. Cena inimaginável que somente um show de rock puro e visceral proporciona. As músicas podem ser parecidas, mas o rock do AC/DC atinge em cheio a alma de qualquer pessoa. Não há como se manter impassível diante daquele espetáculo. Seu corpo pede para pular, gritar e chorar. É mais forte que sua mente. Vem direto da alma! Isso é rock’n’roll em alta voltagem!
O show se encerra com For those about to rock, clássico da banda com os canhões explodindo durante o refrão e uma multidão ensandecida e triste pois sabia que era a despedida. Cansaço?! Não sei. Ainda não sentia nada, o show podia continuar até o amanhecer. A banda sai de cena e temos um belo espetáculo de fogos de artifício. AC/DC é rock. AC/DC é espetáculo. AC/DC é insuperável no show!

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